Sempre que sai a autorização para a realização de um concurso a primeira preocupação dos candidatos é com a banca, o que é natural, pois é muito mais fácil estudar a partir de determinado estilo, especialmente se a organizadora for conhecida e tiver muitas questões de concursos anteriores para treino. Entretanto, também é natural que ninguém saiba qual será a organizadora, pois nesse momento nem a comissão de concurso (formada internamente pelo órgão responsável pela realização do certame) está definida. É a formação dessa comissão que dará os primeiros contornos para o que se espera do perfil dos candidatos aprovados. É também essa comissão que iniciará tratativas com as organizadoras disponíveis para viabilizar a contratação futura mediante dispensa de licitação.
Pelo que já vi de concursos anteriores, diria que será um enorme desafio organizar um concurso tão grande assim. Afinal, 900 vagas p/ AFT é mais que a soma das vagas dos últimos quatro concursos (2003, 150 vagas; 2006, 200 vagas; 2010, 234 vagas; 2013, 100 vagas). Isso envolve dificuldades logísticas da organizadora, dificuldades de locação de espaço para curso de formação etc. Também por isso não acredito em cronograma muito acelerado, ou seja, trabalho com a ideia de edital perto do final do prazo (16/12) e provas entre 75 e 90 dias depois do edital (o mínimo é 60 dias de intervalo, conforme art. 5º da Portaria MGI nº 2.453/2023).
Sendo assim, simplesmente não sabemos qual será a banca do próximo AFT, e tudo indica que continuará assim ainda por algum tempo (entre dois e quatro meses, creio eu). É importante ressaltar que atualmente não temos sequer uma tendência de favoritismo para determinada organizadora.
Antigamente, quando ainda existia a ESAF, era possível apontá-la sempre com certo favoritismo, tanto em razão do histórico de realização de concursos para AFT quanto em virtude do quão peculiares eram as questões que tal banca elaborava. Hoje, entretanto, não vejo, entre as maiores bancas, qualquer preponderância a ponto de colocar uma delas como favorita para organizar o próximo concurso para AFT.
Creio que as chances maiores, até pelo tamanho do concurso, que exige muita estrutura e capacidade logística da organizadora, sejam das maiores bancas do momento: Cebraspe (antigo Cespe, que realizou o último concurso p/ AFT, em 2013); FGV, que está organizando o concurso da Receita Federal, organizou recentemente alguns concursos de TRT, o concurso do Senado, e que há muitos anos organiza o Exame de Ordem da OAB; FCC, que tradicionalmente organiza muitos concursos de TRT e da advocacia pública.
Qual seria a minha preferência entre as três? Como procuro preparar os candidatos para o pior, na linha do “treinamento difícil, combate fácil”, gosto das bancas que elaboram questões mais complexas, pois as questões mais simples tendem a nivelar a concorrência por baixo, atribuindo pontuação alta a muita gente que não se preparou tão bem. Sendo assim, minha preferência seria pela FGV ou pelo Cebraspe.
Qual seria, hoje, a preferência do Ministério do Trabalho e Emprego? Não tenho a menor ideia, e diria que eles também não têm ainda.
Até que seja definida a banca, sugiro que o candidato resolva o máximo de questões de concursos anteriores (há vários sites especializados nisso), sempre priorizando as questões dessas três bancas (FGV, Cebraspe e FCC). A especialização é feita em momento posterior, depois da escolha da organizadora, na fase de revisão do conteúdo. Abraço e bons estudos! Ricardo Resende ricardo@ricardoresende.com
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